É estranho, mas existem algumas pessoas que parecem que já sabiam o que queriam ser desde criança. Mesmo sem nem saber que a profissão existia.
Estive pensando esses dias. Assim como meu irmão já gostava de abrir e consertar brinquedos (hoje é técnico em eletrônica), minha irmã costurava as roupas das próprias bonecas (hoje vitrinista formada em moda) e a outra era mão de vaca (hoje administradora.. brincadeira hein, Mylla), eu acho que comigo aconteceu isso também.
Lembro que uma vez, na quarta ou terceira série, a professora pediu que os alunos fizessem um trabalho para incentivar o uso da camisinha (escola pública.. no subúrbio... essas coisas começam cedo).
A maioria dos alunos fez aquele cartaz de cartolina (acho que eu nunca havia escrito essa palavra.. cartolina), escreveu algo num sulfite ou almaço, mas eu resolvi fazer uma paródia.
Era em cima daquela música da panela de pressão do ET e Rodolfo. Quem tem mais de 18 anos deve lembrar. Era tosca. A paródia ou a música do ET e Rodolfo? Ambas! Mas eu já percebia que gostava daquilo. Escrever músicas, paródias, sempre gostei. Acho que já existia uma veia da publicidade pulsando ali.
E como era essa paródia? Pior que eu lembro.
Comprei camisinha de montão
Porque assim sei que a AIDS não me pega
Sou solteiro e não tenho compromisso
Se eu uso camisinha é pra não correr o risco
Enfim, como eu disse, tosca. Mas lembro que minha nota foi A. E que o pessoal da sala ainda cantou junto. Hoje eles também devem ter vergonha de ter feito isso, mas a vida tá aí pra gente superar essas coisas, né?
